A nossa primeira viagem a quatro aconteceu, em 2016, tinha o Diogo 3 anos e o Dinis 1 ano. Sei que há famílias que viajam muito mais cedo com os filhos e até para destinos bem mais longínquos do que aquele que escolhemos para primeiro. Mas, nestas coisas e em muitas outras, cada família sabe de si e este foi o nosso timing.
Sendo assim, e em jeito de resposta rápida, ficam aqui algumas ideias das nossas opções e motivações:
1 – Queríamos muito começar a viajar os quatro e decidimos que queríamos ir de avião, porém a primeira viagem deveria ser curta: Madrid pareceu-nos ideal. Uma hora de viagem pareceu-nos adequado para os miúdos: se houvesse birras nem nós nem os restantes passageiros as teríamos de aturar durante muito tempo. :) Além do mais, nós os dois já conhecíamos a cidade, ou seja, teríamos todo o tempo para usufruir da cidade sem pressas. Sem aquela pressão de conhecer este ou aquele sítio, ir aquele museu, ou ver aquela exposição.
3 – Nas viagens de avião, e durante a aterragem e descolagem, para prevenir a pressão nos ouvidos e o desconforto associado dei de mamar ao Dinis e dei pão e bolachas ao Diogo. A ideia é forçá-los a mastigar, a movimentar a mandíbula para ajudar ao equilíbrio da pressão interna-externa dos ouvidos. Correu tudo bem. Funcionou.
4 – É importante deixá-los confortáveis na viagem: roupa prática é essencial. Depois ter à mão uns desenhos para pintar, uns carrinhos pequenos, ou até um tablet com algumas das suas séries animadas preferidas é boa ideia.
5 – Durante os dias que estivemos por Madrid os miúdos sentiram a nossa descontração desde o primeiro instante. Sentiram que estávamos em férias e com todo o tempo para eles. Correu tudo sobre rodas e sem birras! É impressionante a diferença destes dias para os dias de correria de uma semana de trabalho, onde eles sentem direta ou indiretamente a pressão de ter horas para tudo, desde o levantar, refeições, banho, sestas, deitar, etc. Ali, naqueles dias fomos nós e eles, sem relógios. Este foi o melhor antídoto para as birras e cansaço.
6 – Alimentação: descomplicamos muito. Não levamos sopas, porque dias não são dias. Levamos apenas um pacote de papa cerelac para o caso do pequeno não gostar de nada de lá, queijinhos que os dois gostam, iogurtes de bebé e bolachas maria em saquetas individuais e água. Decidimos que iriam comer e provar de tudo sem pressões. E a verdade é que comeram tudo o que quiseram e que nós achamos por bem (também não deixamos abusar porque não queríamos dor de barrigas nem más disposições em férias!), petiscaram connosco e correu lindamente. De salientar que o Dinis ainda mamava muito e por isso não me preocupei com leite para ele.
7 – Carrinho de bebé: levamos! O carrinho com a plataforma, o “skate” como nós lhe chamamos. foi fundamental para os nossos passeios. Nesta viagem eles tinham 1 ano e 3 anos e o carrinho ainda era muito usado por cá. Iam os dois num só veículo, o que era super prático! Este acessório "skate" para o mais velho andar é um sucesso e evita muitos colos. Recomendo para quem tem miúdos pequenos de idades próximas, foi mesmo uma aposta ganha!
O carrinho foi connosco até à entrada do avião e no final recolhemos à saída. Viajamos pela Ryanair e não nos foi cobrado nenhuma taxa adicional pelo transporte do carrinho.
O nosso carinho de passeio com a plataforma para o irmão mais velho. |
8 – Andamos 99% do tempo a pé pela cidade! Parávamos nos parques e deixávamos os pequenos correr e brincar livres. Quando estavam cansados voltavam ao carrinho e nós seguíamos caminho na exploração da cidade.
9 – Sestas! Nos dias em que os sentíamos mais cansados (e foram vários!) íamos os 4 dormir a sesta ao apartamento que alugamos. Aquelas duas horinhas sabiam-nos aos quatro muito bem e faziam um bem tremendo aos pequenos. Recuperavam forças e boa disposição!
10 – Nunca esquecer que os imprevistos acontecem em todas as viagens muito mais quando viajamos com bebés. Por isso, relaxar e descomplicar é essencial. E claro, fazer planos diários exequíveis para as crianças acompanharem. Visitar museus de manhã e de tarde? Não aconselho de todo, mesmo que sejam imperdíveis. Visitar um museu de manhã e de tarde um parque ou um jardim exterior onde os miúdos possam correr, brincar e gritar parece-me um melhor plano.
Para mim, o importante nesta aventura de viajar com bebés e crianças pequenas é relaxar. É essencial nunca nos esquecermos que eles absorvem tudo: o nosso stress, os nossos medos, as ansiedades e receios. Se lhes mostrarmos que estamos bem, tranquilos, felizes e com tempo para eles é mais do que meio caminho andado para a viagem ser perfeita.
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